quarta-feira, 30 de maio de 2012

As crianças não mentem

Ao lanche, enquanto comia um docinho de amora caseiro, feito com amoras apanhadas por mim e pelo P., dei comigo a lembrar-me de uma história muito boa que tive com o meu primo e afilhado.
Já se tinham passado semanas desde o tsunami. O casamento e todos os preparativos já tinham sido cancelados. E ainda ninguém tinha tido a coragem de contar aos pequenos da família o que tinha acontecido.
Uma tarde, peguei no P. e fomos para o fundo da propriedade dos avós apanhar amoras silvestres.
Então, eu comecei a contar o que tinha acontecido, fazendo um esforço muito grande para que o meu pequeno não me visse chorar, e não viu. Tentei falar com o maior desprendimento e leveza que consegui.
Mas o pequeno P. vira-se para mim e diz: "Madrinha tu estás muito triste, não estás?"
E antes que eu pudesse dizer alguma coisa, abraçou-me com muita força e disse: "Quem me dera que isto não te tivesse acontecido".
E enquanto eu, embevecida, só pensava "Quando é que tu cresceste desta maneira, pá?", ele prosseguiu e reiterou: "Quem me dera que isto não te tivesse acontecido e tivesse acontecido ao meu irmão." ( Oops...)
Se dúvidas havia, nesse dia fiquei a saber que little P. é o fã nº 1 da noiva do irmão!
Já diz o povo: quem diz a verdade...

2 comentários:

  1. Ahahha! Muito bom!
    Esse nota-se logo que é teu primo: não tem papas na língua! :)

    Filipa

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    1. :) Lá isso não tem, não.
      Eu não sabia se havia de rir ou chorar!

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